Ironia

6 minutos Já tratei aqui no blogue de uma figura de retórica denominada ironia. Volto ao tema neste novo post para acrescentar algumas coisas de que não tratei anteriormente. Este poste, portanto, amplia e substitui o anterior. A palavra ironia tem sua origem no grego, eirōneía, cujo sentido é ‘ação de interrogar, fingindo-se de ignorante’. Ironia, portanto, tem a ver com dissimulação. Aristóteles distinguia a eirōneía da alazoneía. Para o filósofo grego, a eirōneía é uma dissimulação autodepreciativa, enquanto a alazoneía é uma dissimulação Leia mais

A cor e a fúria

2 minutos Um dos diálogos mais pungentes da literatura é o travado entre Henry Supten e Charles Bon nas páginas finais de Absalão, Absalão! romance de William Faulkner. Antes de citar frases do diálogo, contextualizo sumariamente para aqueles que ainda não leram o livro. Henry é o filho “primogênito” de Thomas Supten do casamento deste com Ellen. Dessa união, nasceu também Judith, a irmã mais nova de Henry. Um esclarecimento: Thomas Supten, Ellen, Henry e Judith são todos brancos. Charles Bon é filho de Leia mais

O conto dramático

3 minutos Este artigo trata de um tipo de conto não muito comum, o conto dramático. Um dos mestres desse tipo de conto foi o norte-americano Ernest Hemingway (1899 – 1961). Tratar do conto dramático, obriga-nos, antes de mais nada, a falar dos modos de representação, segundo Aristóteles. O filósofo grego distinguia o modo dramático, em que há representação, do narrativo, em que um narrador conta algo.  O conto pertence ao modo narrativo. Isso significa que há um narrador que conta a história, o Leia mais

Mãe, vou vassourar a sala

4 minutos A ideia para este artigo surgiu depois de ter ouvido uma criança dizer: “Mãe, vou vassourar a sala” e pretende mostrar que a criança, independentemente de escolarização formal, já tem o domínio das regras da língua que fala. Quando a criança disse à mãe que ia vassourar a sala, a palavra nova, criada por ela, foi formada por uma regra que ela internalizou a partir da observação de uma ocorrência regular na língua: se telefone gera telefonar; escova, escovar e pente, pentear, Leia mais

Ensino de literatura e novas tecnologias

12 minutos A história – e nunca devemos perder a dimensão histórica dos acontecimentos – nos mostra  que o novo nem sempre é novidade e que o tradicional nem sempre é velho. Novas tecnologias são sempre sedutoras. As pessoas se sentem narcotizadas por elas e isso pode levá-las a perder a dimensão histórica dos acontecimentos, mas não é necessário tapar os ouvidos com cera para não se deixar entorpecer por elas; pelo contrário, é preciso estar antenado com as novas tecnologias para compreendê-las para Leia mais