Ambiguidade estrutural

3 minutos É comum nas redes sociais o compartilhamento de posts que, por razão de apresentarem duplo sentido, produzem efeitos de humor. São em geral frases que apresentam ambiguidade estrutural, o tipo mais comum de ambiguidade. A ambiguidade é duplicidade de sentido. Pode ser, grosso modo, semântica ou sintática. É semântica, quando o duplo sentido sentido, decorre do fato de uma mesma palavra apresentar sentidos diferentes (palavras homônimas). Fora de contexto, uma frase como Pintaram o banco é ambígua, pois a palavra banco tanto Leia mais

A enormidade do vazio

1 minuto Foram quase dez anos de espera por um livro. No segundo semestre de 2015, Jessyca Pacheco publicou seu primeiro livro de poesias, Matéria Derradeira. Na ocasião, publiquei aqui neste blogue artigo saudando o livro de estreia dessa autora (clique aqui para ler). Nesses quase dez anos, Jessyca Pacheco não deixou de escrever. Tive o enorme privilégio de ler alguns poemas que ela escreveu e me mandou em folhas soltas. Me impressionaram bastante, por isso sempre insisti com ela que voltasse a publicar. Leia mais

Mesmas palavras, diferentes sentidos

5 minutos Em artigo recente, Os estudos sobre a significação remontam à Antiguidade, expliquei o que é semântica e do que ela trata. Mostrei ainda que, embora se considere que a disciplina semântica tenha começado no século 19 com o linguista Michel Bréal, os estudos sobre a significação das palavras remontam à Antiguidade. Retomo o tema da significação das palavras porque, dos diversos ramos dos estudos linguísticos, é um dos que mais atraem o público não especialista. O que explica isso? Primeiramente, saber o Leia mais

Pedro Nava, as palavras e o dicionário

Pedro Nava, as palavras e o dicionário

3 minutos Pedro Nava escreve como ninguém. Entre tantas coisas que admiro em seu estilo está a quase obsessão em encontrar a palavra exata. Numa passagem de Balão Cativo em que ele narra as aventuras extra-conjugais do avô materno, afirma: “O Major nessa época era uma esplêndida figura de macho. Peludo, magro, alto, desempenado, sempre de fraque escuro, bem calçado, meia cartola, escarolado, roupa branca esmaltada de goma, barba grisalha aberta ao meio, bigodarras de jaguar, mãos tratadas, olhos largos e sorridentes, muita papa Leia mais

Escrevendo à moda antiga

Escrevendo à moda antiga

2 minutos No último post, falei sobre o ato de ler. Neste, vou tratar de forma muito pessoal do ato de escrever. Minha atividade profissional está ligada à escrita. Creio que deve fazer bem mais de trinta anos que, no exercício de meu trabalho, escrevo textos exclusivamente usando o teclado de um computador. A caneta (adoro canetas, tenho várias) serve apenas para escrita de coisas pessoais: anotações de aulas, recados, pequenas listas, bilhetinhos, avisos, dedicatórias em livros, enfim, coisas de pequeníssima extensão em que Leia mais