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É praxe no final de ano publicarem listas com os melhores do ano nas diversas categorias. Evidentemente, tais listas devem ser vistas apenas como uma relação de de títulos que, na opinião de quem as elaborou, contêm os “melhores”. Pessoalmente, gosto de ler essas listas, sobretudo quando elaboradas por pessoas que têm conhecimento e, principalmente, bom gosto, pois nelas acabo descobrindo alguma coisa que me passou batida. Muitos dos livros que lemos e muitos dos filmes a que assistimos nos foram indicados por outras pessoas.
No artigo, apresento alguns livros lançados em 2018 que indico. Não são os melhores, evidentemente. Nenhuma lista conseguiria apontar os melhores, simplesmente porque quem indica os melhores livros do ano, não leu todos os livros lançados no ano. Mesmo em campos mais restritos, como filmes da Netflix, quem indica os “melhores” não deve ter assistido a todos. Dentro de uma seleção prévia, baseada em critérios como nome do diretor, prêmios recebidos, críticas favoráveis na imprensa etc., escolhem-se alguns para alçá-los à categoria dos “melhores”.
A pequena lista que apresento é restritiva, ou seja, ela elege, dentre os livros que li e que foram lançados em 2018, os “melhores”. Por ser uma recorte, muita coisa boa lançada em 2018 não vai aparecer no rol. Segue minha lista:
Ficção
- Romance:
a) autor de língua portuguesa: Caderno de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo, Editora Todavia, 184 páginas. Comentei essa obra, em artigo aqui no blogue, publicado em 8 de agosto.
b) autor de língua estrangeira: Canção de ninar, de Leïla Slimani, tradução de Sandra M. Stroparo, Tusquets Editores, 192 páginas. O livro foi vencedor do Prêmio Goncourt, o mais importante prêmio francês de literatura. Um thriller envolvente que tem por personagem principal uma babá de origem árabe (Louise), contratada para cuidar dos filhos de um casal de franceses, que se mostra perfeita.
2. Conto
a) autor de língua portuguesa: Alguns humanos, de Gustavo Pacheco, Editora Tinta da China, 144 páginas. Livro de estreia de Gustavo Pacheco, que apresenta onze ótimos contos.
b) autor de língua estrangeira: As coisas que perdemos no fogo, de Mariana Enriquez, tradução de José Geraldo Couto, Editora Intrínseca, 192 páginas. São 11 contos em que o cotidiano emerge diante de nós como absurdo.
Não ficção
Dostoiévski: um escritor em seu tempo, de Joseph Frank, tradução de Pedro Maia Soares, Companhia das Letras, 1184 páginas. Não se assustem pelo tamanho. Leitura prazerosa. Simplesmente a melhor biografia de Dostoiévski. Frank não se restringe a contar peripécias da vida do escritor russo. A obra vai muito além disso, pois o autor nos traz todo o contexto sócio-político-ideológico, além de apresentar bons comentários sobre as principais obras do escritor russo.
A gramática do português revelada em textos, de Maria Helena Moura Neves, Editora UNESP, 1394 páginas. Evidentemente não li o livro de Moura Neves integralmente. Nem é esse o propósito de uma gramática. Li diversos capítulos e consultei muitos outros. A autora dispensa apresentações. É impossível falar em gramática do português sem que se fale em Moura Neves. Clareza e o rigor científico são as marcas dessa autora. A gramática do português revelada em textos vem se somar a trabalhos anteriores da autora, particularmente à clássica Gramática de usos do português, também publicada pela Editora UNESP. Obra obrigatória para todos os profissionais na área de Letras.
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Fiquei com água na boca, Ernani! Ou seria nos olhos? Feliz ano novo!
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Procê também um Ano Novo bom demais.