Literatura

Kaschtanka: um conto de Tchékhov

2 minutos No artigo, trato do conto ‘Kaschtanka’, de Anton Tchékhov (1860 – 1904). Esse conto tinha sido publicado numa edição caprichada da Cosac & Naify, mas com o fechamento da editora, virou raridade. Outras edições apareceram, como a da Boa Companhia (selo da Companhia das Letras), que apresenta, além de ‘Kaschtanka’, mais seis contos, todos muito bons e a da Editora 34, no livro O beijo e outras histórias. Em ambas em tradução direta do russo por Boris Schnaiderman. ‘Kaschtanka’ é uma obra-prima. Leia mais

A significação como tema na literatura

11 minutos Questões relativas à nomeação dos seres e à significação das formas linguísticas têm feito parte da literatura ocidental desde a Antiguidade. A Literatura, por ter como matéria-prima a palavra, e por voltar-se aos efeitos de sentido que essa possa produzir no interlocutor, tem tematizado a relação palavra / referente extralinguístico e a significação com os mais variados propósitos. Os exemplos são inúmeros. Em Antígona, de Sófocles, estabelece-se um conflito entre Creonte, rei de Tebas, e Antígona em decorrência de significados diferentes que Leia mais

Um conto de carnaval

6 minutos O bebê de tarlatana rosa, de João do Rio,  é um dos melhores contos brasileiros, cuja história se passa no período carnavalesco. No livro, O conto na sala de aula, que escrevi em parceria com Jessyca Pacheco, comentamos esse conto e o reproduzimos na íntegra. Aqui, falarei dele rapidamente. Em O bebê de tarlatana rosa, um narrador instala no texto uma personagem, Heitor de Alencar, que narra a própria história, ocorrida em um carnaval no Rio de Janeiro no mesmo ano em Leia mais

ÓCIO E LITERATURA

4 minutos Para os antigos gregos, ócio não significava não fazer nada, não se confundia com o atual dolce fare niente. Em grego, a palavra com que hoje denominamos ócio era skolé, que designava uma atitude de paz, contemplativa e criadora, dedicada à teoria, ou seja, à busca do conhecimento. Embora se referisse a uma atitude contemplativa, skolé não deve ser entendida como ausência de atividade, mas como uma atitude voltada à formação não utilitária da pessoa. Tratava-se de um tempo voltado para as Leia mais

A cor e a fúria

2 minutos Um dos diálogos mais pungentes da literatura é o travado entre Henry Supten e Charles Bon nas páginas finais de Absalão, Absalão! romance de William Faulkner. Antes de citar frases do diálogo, contextualizo sumariamente para aqueles que ainda não leram o livro. Henry é o filho “primogênito” de Thomas Supten do casamento deste com Ellen. Dessa união, nasceu também Judith, a irmã mais nova de Henry. Um esclarecimento: Thomas Supten, Ellen, Henry e Judith são todos brancos. Charles Bon é filho de Leia mais